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Intolerância à lactose é uma condição em que a pessoa manifesta sintomas por não conseguir digerir corretamente a lactose, um açúcar presente nos lacticínios. O nível de tolerância à lactose até que os sintomas comecem a aparecer varia de pessoa para pessoa. Os sintomas mais comuns são dor abdominal, sensação de barriga inchada, diarreia, gases e náuseas. Estes sintomas têm geralmente início entre 30 e 120 minutos após a ingestão de leite ou de derivados de leite. A gravidade dos sintomas depende da quantidade ingerida. A condição não causa qualquer lesão no trato gastrointestinal.
A intolerância à lactose é causada pela insuficiência da enzima lactase no intestino delgado. Esta enzima é essencial para digerir a lactose no intestino, separando-a em glicose e galactose. Existem quatro tipos de intolerância à lactose: primária, secundária, congénita e do desenvolvimento. A intolerância à lactose primária é causada pela diminuição da quantidade de lactase no intestino à medida que a pessoa envelhece. A intolerância à lactose secundária é causada por lesões no intestino delgado, como aquelas resultantes de uma infeção, doença celíaca, doença inflamatória intestinal ou outras doenças. A intolerância à lactose do desenvolvimento pode ocorrer em bebés prematuros e geralmente melhora passado pouco tempo. A intolerância à lactose congénita é uma doença genética extremamente rara em que desde o nascimento é produzida pouca ou nenhuma lactase.
O diagnóstico pode ser confirmado quando os sintomas desaparecem depois de eliminar a lactose da dieta. Podem ainda ser realizados outros exames complementares, como um teste respiratório de hidrogénio ou análises do pH fecal. Entre outras condições que produzem sintomas semelhantes estão a síndrome do cólon irritável, doença celíaca e doença inflamatória intestinal. A intolerância à lactose é uma condição distinta da alergia ao leite. O tratamento geralmente consiste na diminuição da quantidade de lactose na dieta, em suplementos de lactase ou no tratamento da causa subjacente. As pessoas intolerantes conseguem beber pelo menos um copo de leite por dia sem desenvolver sintomas significativos, podendo tolerar quantidades maiores se o leite for acompanhado de refeições ou tomado ao longo do dia.
Desconhece-se o número exato de adultos com intolerância à lactose. Estima-se que possa afetar 65% da população mundial. A incidência da condição varia significativamente entre regiões, desde menos de 10% na Europa do Norte até 95% em algumas partes da Ásia e de África. A doença tem geralmente início no fim da infância ou no início da idade adulta. A capacidade de digerir lactose em adulto evoluiu de forma independente entre as várias populações humanas, provavelmente como forma de adaptação à domesticação de animais leiteiros há 10 000 anos.